Título Original: Before Sunset
Diretor: Richard Linklater
Ator: Ethan Hawke
Atriz: Julie Delpy
Ano: 2004
País: EUA, França
Existem dois tipos de pessoas no mundo, os que gostam deste filme e os que não gostam. Não que eu tenha visto muitos desta segunda espécie. Excelente para conquistar mulheres, porque não há uma que não se identifique com as neuroses e desesperos da personagem de Julie Delpy, por quem sou terrivelmente apaixonado. Ainda nesta introdução ainda vale lembrar que este filme me introduziu Nina Simone, minha musa inspiradora.*
Ao mesmo tempo despretensioso e ousado, Antes do Pôr do Sol é um filme maduro, que veio como uma luva para o momento em que vivia quando o assisti pela primeira vez, no cinema. É a sequência de um outro filme, chamado Antes do Amanhecer, mas não há comparação possível entre os dois. A diferença de qualidade entre os dois filmes, separados por 9 anos, é comparada a diferença de maturidade dos personagens, dos atores e da própria direção de Richard Linklater.
Em cima apenas do diálogo de dois jovens que passeiam por Paris, não há um momento desnecessário no percurso, não há um desvio, não há uma vírgula a se corrigir. Eis um filme que eu poderia ter feito - e adoraria ter feito. Devia ter feito.
Percebo agora certa semelhança na colocação deste filme aqui, logo de cara, com Uma Mulher é Uma Mulher, pois nos dois, o que mais me atrai é a personagem feminina. Aqui, Julie Delpy faz uma mulher perto dos trinta com seus conflitos pertinentes a idade e a incapacidade de conseguir um relacionamento maduro. Os diálogos, especialmente os que vem dela, são perfeitos. Ela finge que não se lembra tanto da relação que tiveram no passado, finge que não se importa, finge que está bem, mas desmonta quando eles estão no carro. Fala sem parar, vomita mil pensamentos presos e travados e chora. Ah, esses seres extra-terrestres - pensa o Ethan Hawke e olha para ela com um sorriso inevitável.
E o final, em seu apartamento, talvez entre em meu top five de finais de filme. Mas este só vale assistindo. Deixo abaixo uma pequena valsa, cantada pela musa Julie Delpy.
*Obs. recomendo os dois discos Antologhy, de Nina Simone, pois a musa fez algumas algumas bobagens por aí. Grandes amigos meus já me xingaram e quiseram me empurrar seus discos dos anos 80.
Torrent: download aqui
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Semana que vem:
Três personagens que não combinam e uma avó húngara.
Grande texto para um grande filme Fisch.
ResponderExcluirO final realmente é arrebatador e me faz chorar. Todas as vezes que vi esse filme voltei duas ou três vezes pra rever o final.
Eu também pinus... que emoção...
ResponderExcluirGrande Victor. Obrigado pela parte que me toca. Gostaria de esclarecer que a idéia não era passar pra frente uma bobagem dos anos 80. Pensamos que você, como grande admirador, teria uma maior compreensão desta fase da Nina, mesmo por que, eu a Lu, como iniciantes, talvez não a tivéssemos....rs.
ResponderExcluirQuanto ao filme, concordo que seja um deleite, principalmente para as mulheres. Na 1a vez que vi, não estava preparado para captar a delicadeza e a essência do filme. Precisei da Lu e de um amigo que entende tão bem a alma feminina, para chegar lá.
(Obs. não estou falando do Chico Buarque).
Grande Abraço
Vi!
ResponderExcluirMaravilhoso seu blog, mesmo!
Entrei aqui para ler as ultimas criticas e me deparei com esta tao linda, de um filme tao especial para mim. Sei que vc sabe que sou completamente apaixonada por esse filme e quando vi que vc escreveu sobre ele fiquei muito tocada, nao sei porque exatamente, talvez tenha batido uma certa nostagia de épocas passadas e de certa forma me senti levemente representada no seu blog (egocentrica?)
Só queria te dar os parabens pelo blog, mto legal, vc sempre escreveu muito bem.
Espero que um dia ainda voltemos a ter longos papos, regados a pinga com mel...bons tempos!
Saudades
Beijos
Fafá