Título Original: Citizen Kane
Diretor: Orson Welles
Ator: Orson Welles
Ator: Orson Welles
Ano: 1941
País: EUA
Campeão de muitas listas de cinema, especialmente se americanas, Cidadão Kane é o clássico dos clássicos. E assim pode parecer que se trata de um filme chato. Muito pelo contrário. Quem viu sabe que vale a pena. Agora, por que é tão especial? Para ser bem sincero, não sei dizer e vou tentar dar minha opinião aqui.
Em primeiro lugar está o enredo. A história em busca de Rosebud, última palavra que diz antes de morrer, acaba contando os principais momentos de sua vida. Um homem que buscou, ao que resumem os depoimentos, ser amado, sem nunca ter amado ninguém. Assim cria seu império de jornais, se envolve em política sem ter sido político, tem dois casamentos que acabam sem amor (adoro sequência de cafés da manhã resumindo o seu primeiro casamento). Há uma relação histórica com uma espécie de Roberto Marinho americano, que quis proibir a exibição do filme e representa muito para os Estado s Unidos. Como todas as listas saem de lá, com exceção de uma muito interessante francesa que vi outro dia, Cidadão Kane sempre aparece entre os primeiros.
Esta relação do personagem com a mídia é o que coloca este filme neste mês, nesta temática. A relação entre mídia e política, muito mais comum do que deveria, é muito promíscua. Kane inicia seu jornal denunciando escândalos e representando os não representados. Em excelente discussão com seu tutor financeiro, por conta de uma denúncia que faz em seu jornal, de um monopólio do qual é também socio financeiro, ele define este seu duplo papel, entre o investidor e o denunciador. Mas depois de estabelecido e criado seu império midiático, Kane transforma seus pensamentos em realidade através dos meios que dispõe. Não muito diferente do que vemos no Maranhão, ou ando vendo por algumas cidades do interior paulista, ou ainda na utilzação das máquinas do governo para que candidatos se reelejam e se perpetuem no poder.
O outro fator determinante para a importância de Cidadão Kane é a linguagem cinematográfica. os cortes ainda são tradicionais, mas os enquadramentos são cheios de conceitos e inteligência. Não poderia ser diferente, pois trata-se de um filme crítico ao poder da comunicação, sem limites de interesse. E muitas vezes esquecemos o poder da imagem. As sutilezas de escolha de ângulos, sobreposições, preenchimento do quadro e composição podem transformar uma figura pública em um pessoa imponente, solitária, indecisa, amigável, etc. E as escolhas de Orson Welles são cheias de simbolismos e de nuâncias subliminares. Ele, com ator, parece muitas vezes no filme como Marlon Brando em O Poderoso Chefão, pois a câmera o pega de baixo para cima, grande, imponente, dominador. Vale lembrar que nesta época, também, o poder da imagem era muito bem (para o mau) utilizada para engrandecer e qualificar o líder nazista, Hitler.
Torrent: download aqui
(já vem com legenda)
Cena do youtube (um trailer interessante, sem cenas do filme):
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Próxima semana:
O Kane tupiniquim Roberto Marinho e sua trupe.
O Kane tupiniquim Roberto Marinho e sua trupe.