Diretor: Gaspar Noé
Atores: Monica Belucci, Vincent Cassel, Albert Dupontel
Ano: 2002
País: França
Algumas coisas não tem volta, são irreversíveis. Uma mulher grávida, quando estuprada com violência até perder o filho, é uma delas. O ódio desencadeado de tal situação é o que começa este filme, de maneira reversível. A linguagem é, portanto, o oposto da situação exposta pelo diretor Gaspar Noe, pois pode narrar no formato que quiser.
No filme Violência Gratuita, de Haneke, há uma cena excelente, que me remete ao mesmo assunto. Dois jovens torturam mentalmente uma família, mas em um momento de descuido a mulher consegue pegar uma arma e atirar em um deles. Desesperado e revoltado, o outro procura um controle e volta a cena, para poder agir de maneira diferente.
Já aqui há uma estrutura um pouco semelhante com a de Amnésia. Podemos dividir o filme em cinco partes. A primeira que assistimos é a última, cronologicamente. Cada parte, cada violência, é justificada na cena seguinte, com os fatos que a antecederam. Tudo gira em torno do conceito central, inclusive a câmera, que é esta palavra que eu gosto: irreversível.
Assim, vemos no final o que seria o começo da história, uma mulher, em um jardim, crianças correndo, água espirrada, a gravidez. Felicidade. Digna de uma campanha publicitária de banco. E, no entanto, como conhecemos a irreversibilidade das coisas, nos atinge mais do que a violência sanguinária, mais do que a violência que agride, como há na sequência inicial. A cena do estupro nos agride de uma maneira intensa, de retorcer nosso estômago, mas um personagem que aparece no fundo, no meio da cena, e resolve não agir, é de uma violência ainda mais cruel. Inteligente, inclusive.
Em meio a essa agressividade, há uma beldade, que é a Monica Bellucci. Creio que talvez seja o único filme que ela fez que preste. Mas que beleza tem essa mulher, definitivamente uma musa!
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Cena do youtube:
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Próxima semana:
Os doze trabalhos de Joel e Ethan.
Falar o que? Voce já disse tudo e isto até me poupa de entrar neste ringue...
ResponderExcluir:-)))
Muito bom o filme....a cena do estupro talvez seja a mais forte e real que já tenha visto em um filme...me explique o por quê daquela câmera viajante do filme, que em mtos momentos fica passeando por todos os lados sem direção...seria para criar um ambiente mais pertubador para o expectador???
ResponderExcluirGrande Bruno, como disse, creio que tudo no filme gira em torno do conceito de "irreversível".
ResponderExcluirPor isso creio que a câmera faz esses movimentos viajantes, em muitos momentos de ponta cabeça, dando reviravoltas. A câmera é o meio pelo qual ele pode passar esta irreversibilidade (num linguajar meio Tite). Concorda?
Pra mim ficava melhor sem esta viagem...rs...cabeça de cinesta e bundinha de nenê, td pode acontecer...rs.
ResponderExcluirAbraço
Ps: linguajar tite??? estou por fora...
Muito Obrigado.
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