segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A Vida de Brian

Filme: A Vida de Brian
Título Original: Life of Brian
Diretor: Terry Jones (Monty Python)
Atores: Graham Chapman, John Cleese, Terry Gilliam, Eric Idle, Terry Jones
Ano: 1979
País: Inglaterra


Entre aqueles que amam e odeiam, os que entendem e os que se irritam, está o melhor grupo cômico da história do cinema: Monty Python. Britânicos, claro. Judeus? Provável.

A Vida de Brian é a obra prima do Monty Python, embora seja justo colocar ainda nessa lista Em Busca do Cálice Sagrado, que mais hora menos hora aparece por aqui. A estrutura narrativa é feita da seguinte maneira: piada atrás de piada. Mas neste filme elas são unidas a uma excelente análise crítica de muitos valores.

O filme conta a história de Brian, que nasce no mesmo dia de Jesus e vive sua vida comum e ordinária no mesmo espaço e tempo que ele. Sendo uma personagem secundária e utilizada apenas para contextualização de época, Jesus pouco aparece. Mas em cima de cada piada é possível formular teorias de mestrado.

Há a excelente descrição de qualquer árabe ou judeu, no personagem do comerciante que tanto quer pechinchar. Há a excelente análise das disputas internas tão desnecessárias nas cenas que envolvem a Frente Popular da Judeia, ou seus arqui-inimigos Judeus da Frente Popular (em tradução livre). Mas a crítica mais dura é uma análise feita pelo filme sobre a carência de crenças do povo da época. Sem querer, Brian é perseguido como Messias, e seus discípulos, em menos de cinco minutos, se dividem em linhas diferentes e, pouco depois, se unem para perseguir um "herege".


Perfeito. Do início ao fim, incluindo a abertura e a bizarra sequência do alienígena.


Torrent: download aqui
Legenda: download aqui



Cena do youtube:


--------------------
Próxima semana:
Desenho animado francês não é tão animado assim.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Cortina de Fumaça

Filme: Cortina de Fumaça
Título Original: Smoke
Diretor: Wayne Wang, Paul Auster
Atores: Harvey Keitel, Willian Hurt
Ano: 1995
País: EUA


Certa vez um amigo definiu este filme como "um filme de macho". Não por ser violento, escatológico ou coisa que o valha, mas por ter uma moral de valores muito forte em seus personagens.

Há uma relação de personagens muito parecida com a do filme Zorba o Grego, entre o escritor que não vive e o personagem vivo que não expressa sua arte. No entanto, aqui, Auggie, o dono da Tabacaria, acaba sendo mais profundo em sua obra de vida do que o escritor Paul, cliente assíduo da tabacaria. Na melhor sequência do filme, Auggie mostra os albuns de fotos que tem tirado há muitos anos (cena do youtube). Paul olha com interesse, mas com certa inquietação por não compreender as razões daquelas fotos, uma por dia, todos os dias, na esquina da tabacaria.

Em outro momento, quando Paul precisa de um conto de natal, recorre a Auggie. Claro, diz ele, conheço toneladas delas. E é necessário dizer que o Harvey Keitel é outro ator que é do caralho. Apenas em plano e contra-plano ouvimos a história com a atenção de quem está na mesa e quer participar da conversa.

Esses dois momentos valem o filme. De resto, como sempre, o interesse cultural de ver uma visão de Nova Iorque mais de submundo, menos Woody Allen e mais Scorsese. Estas carapaças culturais nos quais os filmes estão envolvidos são sempre atrativos a mim.



Torrent: download aqui
Legenda: download aqui



Cena do youtube:


--------------------
Próxima semana:
Vamos celebrar o nascimento do menino Brian!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Arquivo de Olhos - Johnny Depp

Em novembro, Johnny Depp em Dead Man, na pele de William Blake.


Desconstruindo Harry

Filme: Desconstruindo Harry
Título Original: Deconstructing Harry
Diretor: Woody Allen
Atores: Woody Allen, Billy Cristal, Robin Willians, Judy Davis
Ano: 1997
País: EUA
















Torrent: download aqui
Legenda: download aqui



Cena do youtube:

--------------------
Próxima semana:
Uma esquina, uma tabacaria.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Festa de Família

Filme: Festa de Família
Título Original: Festen
Diretor: Thomas Vinterberg
Atores: Ulrich Thomsen, Henning Moritzen, Thomas Bo Larsen, Paprika Steen
Ano: 1998
País: Dinamarca


Família constitui uma forma de relação muito interessante. Diferente de tudo aquilo que vamos construindo durante a vida, escolhendo caminhos, excluindo possibilidades como as de Lola, escolhendo outras, a família nos obriga certas relações que, se a situação fosse outra, procuraríamos não tê-las.

Somos, portanto, obrigados a suportar aqueles seres indesejados. E no entanto, como ensina Don Corleone, nada é mais forte do que a famiglia! Mas esses grandes organismos, que geram relações muito estranhas e surpreendentes, tendem ao, no modo popular de dizer, barraco. Ou seja, mais dia menos dia o cunhado lembra que o primo está devendo, que o irmão sempre viveu as custas dele, a tia diz que a avó do outro lado não faz nada, que sobra tudo para ela. Os ânimos se exaltam, uns tentam por panos quentes, outros defendeu seu lado e a quebra é inevitável. Toda família tem seus podres. Ainda estou para conhecer uma sem eles. (que família chata que seria essa!)

Bom, há um lugar primordial para a organização de tais barracos familiares, que são essas festas de família. Sabe? Pode ser enterro, casamento ou uma grande festa do patriarca, como é o caso aqui. O filho, incentivado por antigos funcionários e pelo álcool quer lavar a roupa suja (bem suja, aliás) neste grande almoço de confraternização, que lembra muito as situações de Buñuel, da burguesia sentada à mesa. Em qualquer festa que eu vá, casamentos, festa de natal, enterros e coisas do gênero, ali está a Festa de Família, que não me foge a memória.

Vale ressaltar a importância do movimento cinematográfico que faz parte este filme, o Dogma95, idealizado por Thomas Vinterberg e Lars Von Trier (talvez mais alguns que eu não saiba). Espécie de reedição da Nouvelle Vague, o movimento justificava a baixa qualidade técnica de suas produções, como Os Idiotas e Italiano para Principiantes, com o pretexto de ir contra um modelo de cinema mega produzido, farsante. Não filmavam em estúdio, não utilizavam luzes a criar uma atmosfera que não fosse real, não usavam trilha sonora colocada em pós-produção, e de preferência filmavam sem atores. Assim como foi o neorealismo italiano e o cinama novo brasileiro, cada qual com suas características. Com exceção do Italiano para Principiantes, que é um filme leve e cômico, os filmes do Dogma95 tendiam a uma atmosfera pesada, de duras críticas e forte realidade. Creio aí que há algo nesse povo nórdico que requer essa atmosfera. Os filmes de Haneke, austríaco, também caminham por esse lado.

A proposta era encantadora, mas os resultados nem sempre seguem a risca. Dos que vi, apenas este é uma obra prima. Mas só por ele já valeu o movimento ter existido e vingado.




Torrent: download aqui
Legenda: download aqui



Cena do youtube:



--------------------
Próxima semana:
Harry?

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Dezembro - Feliz Natal

Dezembro é um mês de fim de ano. De muito trabalho (até por isso minha dedicação ao blog está um pouco menor). De muito trânsito. De muita alegria (real e forçada). De festas.

Por isso a seleção deste mês está especialíssima!
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...