Título Original: Festen
Atores: Ulrich Thomsen, Henning Moritzen, Thomas Bo Larsen, Paprika Steen
Ano: 1998
País: Dinamarca
Família constitui uma forma de relação muito interessante. Diferente de tudo aquilo que vamos construindo durante a vida, escolhendo caminhos, excluindo possibilidades como as de Lola, escolhendo outras, a família nos obriga certas relações que, se a situação fosse outra, procuraríamos não tê-las.
Somos, portanto, obrigados a suportar aqueles seres indesejados. E no entanto, como ensina Don Corleone, nada é mais forte do que a famiglia! Mas esses grandes organismos, que geram relações muito estranhas e surpreendentes, tendem ao, no modo popular de dizer, barraco. Ou seja, mais dia menos dia o cunhado lembra que o primo está devendo, que o irmão sempre viveu as custas dele, a tia diz que a avó do outro lado não faz nada, que sobra tudo para ela. Os ânimos se exaltam, uns tentam por panos quentes, outros defendeu seu lado e a quebra é inevitável. Toda família tem seus podres. Ainda estou para conhecer uma sem eles. (que família chata que seria essa!)
Bom, há um lugar primordial para a organização de tais barracos familiares, que são essas festas de família. Sabe? Pode ser enterro, casamento ou uma grande festa do patriarca, como é o caso aqui. O filho, incentivado por antigos funcionários e pelo álcool quer lavar a roupa suja (bem suja, aliás) neste grande almoço de confraternização, que lembra muito as situações de Buñuel, da burguesia sentada à mesa. Em qualquer festa que eu vá, casamentos, festa de natal, enterros e coisas do gênero, ali está a Festa de Família, que não me foge a memória.
Vale ressaltar a importância do movimento cinematográfico que faz parte este filme, o Dogma95, idealizado por Thomas Vinterberg e Lars Von Trier (talvez mais alguns que eu não saiba). Espécie de reedição da Nouvelle Vague, o movimento justificava a baixa qualidade técnica de suas produções, como Os Idiotas e Italiano para Principiantes, com o pretexto de ir contra um modelo de cinema mega produzido, farsante. Não filmavam em estúdio, não utilizavam luzes a criar uma atmosfera que não fosse real, não usavam trilha sonora colocada em pós-produção, e de preferência filmavam sem atores. Assim como foi o neorealismo italiano e o cinama novo brasileiro, cada qual com suas características. Com exceção do Italiano para Principiantes, que é um filme leve e cômico, os filmes do Dogma95 tendiam a uma atmosfera pesada, de duras críticas e forte realidade. Creio aí que há algo nesse povo nórdico que requer essa atmosfera. Os filmes de Haneke, austríaco, também caminham por esse lado.
A proposta era encantadora, mas os resultados nem sempre seguem a risca. Dos que vi, apenas este é uma obra prima. Mas só por ele já valeu o movimento ter existido e vingado.
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Cena do youtube:
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Próxima semana:
Harry?
Harry?
Oba!!!
ResponderExcluirVoltamos ao padrão novo daqui, tipo ADIVINHE o que é este filme.
:-)))
Também, Festival de Brasília com seus diversos contatos, preparativos para Cinemateca dia 9, festas de fim de ano....é, este blog corre o risco de virar um cine poeira.
:-)))
José:
ResponderExcluirEu vou ajudar o Victor que anda muito ocupado. Este filme faz parte do Dogma 95 , criado por Lars von Thiers (sei lá se é assim que escreve) que pregava o uso de pouca tecnologia na confecção dos filmes. Câmera na mão, poucos cortes e acompanhamento dos atores. Festa de familia é um filme genial, para mim o melhor dos filmes Dogma 95 que é muito familia e pouco festa. Vale a pena assistir.
Sergio Fisch
Fisch Pai,
ResponderExcluirO pouco que eu vi desta seita maluca criada pelo Lars Não Sei das Quantas e chamada Dogma 95 eu odiei.
Achei tão ruim que nem me lembro mais dos filmes que vi...graças ao bom Deus!
Só para voce ter uma idéia, o último filme era do proprio Lars, algo sobre um "novo chefe" ou coisa parecida. No jornal estava como uma grande comédia, um trabalho inesquecivel do grande e inovador Lars Não sei das Quantas etc etc etc...
Bullshit!!! Isso sim.
Uma merda sem pé nem cabeça...e nem foco.
Odeio filme fora de foco!
Sabe quantas pessoas tinham no cinema?
Lucia e eu, eu e Lucia.
Tirei uma foto até, pois eu nunca tinha visto um cinema absolutamente vazio daquela maneira.
Acho que existem poucas chances para que eu frequente esta festa, até porque família demais as vezes é muito chato.
:-))
O cinepoeira será renovado em janeiro... até lá será uma poeira só. Uma pena, porque gostaria de escrever sobre esse filme para convencê-lo de assisti-lo. Família demais é realmente um problema, mas, ao mesmo tempo é do caralho. depois explico
ResponderExcluirUm Fisch me recomendando alguma coisa já é algo para ser levado a sério.
ResponderExcluirAgora, dois Fisch me recomendando a mesma coisa merece muita atenção de minha parte.
:-))
Vou fazer o seguinte: Mesmo sabendo que não irei gostar (depois de um certo tempo de vida eu meu dei o direito de não gostar de uma coisa mesmo sem te-la provado, alguns chamam isto de chatice...) tentarei ver esta festa como se fosse um penetra.
Vamos ver no que dá...
:-)))
Estou de partida para a praia apesar do céu bastante nublado. Está um calor quase senegalesco e quero ler meu livro atual ao sabor das agradaveis brisas atlânticas, sentado numa cadeirinha de alumínio e saboreando um mate com limão bem gelado acompanhado de um pacote de biscoito Globo.
ResponderExcluirBom, e o que esta minha faina dominical tem a ver com este boteco?
Nada, mas como ele está meio empoeirado, resolvi dar um pulinho aqui antes da praia com meu espanador só para fazer uma limpezinha básica. Afinal, amanhã é esperado algum movimento, mesmo que seja apenas uma ficha técnica ...
:-)))
É claro que eu sou eu e não a Lúcia, mas as vezes eu acho muito complicado fazer esta operação de deslogar num e logar no outro.
:-)))
HUmm... esse ainda não vi e nem tinha ouvido falar.! Já o próximo (Harry) é bem proximo de mim! rsrs..
ResponderExcluirabração!
Sandro Azevedo
blog24fps.blogspot.com
Teve alguém que disse que gostaria de escrever sobre este filme...
ResponderExcluirEu gostaria de ler o que este alguém tem para dizer sobre este filme, até porque eu não sei se é possível escrever muito sobre ele, de modos que me desperta interesse saber que tem alguém que gostaria de escrever sobre ele.
:-))
Tá, tá certo. Li que o tema é muito maior que o filme. Acho que eu esperava mais sobre o filme em si, sobre seu autor e sua escola...
ResponderExcluirPerdão, hoje acordei mais exigente e talvez por isto mais chato.
:-)))
eu queria lembrar que o filme "dear wendy" é bem legal, mas nada de mais, e tem a melhor trilha sonora de todos os tempos, do the zumbies... esses caras mudam de opinião, né?!
ResponderExcluirQuem muda de opinião?
ResponderExcluirCreio que a Camila se refere ao diretor, que buscava em um movimento a falta de interferência sonora e no outro usa e abusa do mesmo recurso... certo?
ResponderExcluirVictor, vou dar um jeito para ver este filme, nem que tenha de baixar da Internet(não gosto de ver filmes na tela do computador).
ResponderExcluirAdmito que existe uma vaga possibilidade de gostar...
:-))))
Eu volto!
:-)
acho que voce nao estava ciente das regras que foram empostas para produçao deste filme por isto nao gostou ..realmente nao e um filme para qualquer um!!
ResponderExcluirfilme espetacular que foi produzido dentro de algumas regra emposta por um grupo de diretores como nao poder unsa iluminaçao nao poder editar audio camera somente sendo carredaga pelo cinegrafista entre outras!!!realmente nao e um filme para qualquer um !!!!Mais um belo trabalho deste diretor Realmente um filme muito bom
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