segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O Show de Truman


Filme: Show de Truman
Título Original: The Truman Show
Diretor: Peter Weir
Atores: Jim Carey, Ed Harris, Laura Linney
Ano: 1998
País: EUA


Tenho uma relação muito pessoal com esta incompreendida obra prima. Talvez não tanto incompreendida, mas com certeza menosprezada. Só deu grande valor, naquela clássica tabela de estrelas do Guia da Folha, a Suzana Amaral. Desde então olho com atenção especial os seus comentários e preferências e são poucas as vezes que discordamos de algum filme.

Outro fator importante foi um olhar atento sobre o Jim Carey, que era um ator mal falado e criticado (com razão, creio) por suas comédias exageradas. Com este filme eu pensei "esse cara é foda". E fui feliz, pois são obras primas também alguns filmes que fez depois, como "O Mundo de Andy" e "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças".

O humor de O Show de Truman é excepcional, criando uma grande analogia crítica. Um roteiro muito bem escrito no início da febre de reality shows, com uma ideia simples que cria um estilo que muito me agrada: uma espécie de cinema do absurdo. (Aliás, esta é uma denominação que sempre quero usar, tanto para descrever os filmes que gosto como os que faço, mas não existe um nome muito adequado ou oficial para isso)

Truman (homem-verdade), é um cara que vive em um mundo criado inteiramente pela TV, em um programa que fica no ar 24 horas por dia, mostrando simplesmente sua vida. A partir daí vemos muitas piadas feitas com este princípio, os bastidores que aparecem sem querer, as dificuldades que Truman tem de sair dali, os intrusos que já participaram do programa, a publicidade fake, que serve de advertising e por aí vai. Mas não há nada mais incrível do que o final do filme, quando Truman consegue orquestrar sua fuga em um barco atravessando o mar, tem um diálogo excepcional com seu criador e acaba batendo no final do cenário, pintado de céu. A porta de "exit" ali é indescritível.

Aí vem a discussão moral e conceitual do filme, um tanto quanto óbvia, ao criticar a sociedade da vigilância e pretensa liberdade, palavra que os americanos adoram. Estive pensando nesses dias que o slogan americano "this is a free country", que somos obrigados a ouvir em tantos filmes, prejudica em muitos aspectos as possibilidade de construção de uma sociedade mais próspera. A liberdade é tanta que vale tudo. Quem acaba mandando são os mercados, pois se não há regras, que vença o mais forte. Mas esta já é uma discussão mais filosófica que não creio que cabe aqui.


Torrent: download aqui
Legenda: download aqui


Cena do youtube (coloquei o trailer, que vale a pena):


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Próxima semana:
Uma empresa pode ser psicopata?

Um comentário:

  1. Vi umas 3 ou 4 vezes. A 1ª no cinema e o resto em casa. É o tipo do filme que eu gostaria de ter um DVD em casa, dá para ver a qualquer hora.
    Este é o filme diversão que eu gosto...e que voce não gosta porque eu falo desta forma.
    :-)))

    PS 1: Me espanta ver este filme aqui.

    PS 2: Tenho horror deste Jim Carey.

    PS 3: Empresa psicopata é interessante...)

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