Dos cem filmes que mais gosto, dez são vencedores da Palma de Ouro, em Cannes. 10 de 100. Ou seja, 10%. Não poderia ser muito mais, pois é uma premiação que só acontece desde 1955.
É nítida, portanto, minha relação próxima com os juris de Cannes, ou por um tipo de cinema que tanto eles como eu gostamos de ver. Poucas vezes o selo deles me foi decepcionante (aconteceu quando o Tarantino presidiu o juri e premiou o fraco filme do Michael Moore - mas de importância política - Fahrenheit 11/9). Também quando venceu o filme O Pianista, do Roman Polanski e que o pessoal não ficou muito feliz.
Portanto os próximos dois meses serão dedicados à estes filmes. Há também alguns maravilhosos que não entraram na minha lista, lembrando ser ela totalmente pessoal, individual e intransferível. O vencedor deste ano, A Fita Branca, o romeno 4 meses 3 semanas e 2 dias, o belíssimo O Piano, que eu preciso rever, Viridiana, do Buñuel e outros que valem como uma lista de indicações paralela, pois eu também não vi alguns.
Hoje em dia é possível ver em alguns filmes características que o definem pelo estilo do festival que ele quer ganhar, ou do público, ou da crítica ou da grana. Cannes é mais do estilo cãmera na mão, cortes secos, histórias pesadas, sem trilha sonora, mais naturalistas, que colocam o dedo na ferida. Esta é a receita. O resto é intuição. E são poucos os que têm isso, que diferencia os inovadores dos copiadores.
Neste mês de maio, um filme brasileiro e quatro americanos, ou ao menos que se passam nos Estados Unidos. Filmes variados, discutem a conquista, a desesperança e a violência, muita violência em diversas carapaças. E diretores clássicos, mestres, fodas.
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