segunda-feira, 25 de julho de 2011

Mony Python Em Busca do Cálice Sagrado

Filme: Monty Python em Busca do Cálice Sagrado
Título Original: Monty Python and the Holy Grail
Diretor: Terry Gilliam, Terry Jones
Atores: Graham Chapman, John Cleese, Eric Idle, Terry Gilliam, Terry Jones, Michael Palin
Ano: 1975
País: EUA



Embora eu considere A Vida de Brian a obra prima do grupo Monty Python, Em Busca do Cálice Sagrado pode ser considero o filme mais memorável deles. Único na história do cinema, Monty Python conseguiu criar um forte grupo cômico que se tornou uma referência muito copiada, mas nunca alcançada.

Seu terceiro filme já não me agrada da mesma forma, O Sentido da Vida. Ele tem piadas desconexas e não consegue criar uma narrativa contínua. São piadas jogadas. Já a seqüência de piadas deste filme, menos conexas do que A Vida de Brian, encontra uma narrativa interessante.

Mais uma vez, é daquele tipo de filme que cada um tem sua piada favorita, desde os diálogos surreais até o coelho assassino.  A minha, que coloquei no youtube, abaixo, é uma que passa um pouco despercebida e que não é muito falada. Não a toa foi difícil de achar alguém que a tivesse postado.

Trata-se de uma piada de montagem. Dois guardas, na porta de um castelo, avistam a chegada de um cavaleiro ao longe. Vemos ele vindo, distante, com uma música de ação. Voltamos a tranqüilidade dos guardas. E quando revemos a chegada do cavaleiro, ele está no mesmo ponto anterior. Nesse jogo de plano e contra-plano, o cavaleiro não se aproxima nunca. De repente, inesperadamente, ele chega e invade o castelo, deixando os guardas sem reação. Genial.

Eles usam uma linguagem cinematográfica já muito explorada, que é a montagem paralela, e subvertem seu uso. No corte de um plano ao outro, temos sempre a sensação de que o cavaleiro distante é aquilo que enxergam os guardas. A sua chegada repentina mostra que, mais do que a real visão deles, foram enganados pela montagem paralela.

Talvez por serem britânicos, talvez por terem vivido uma época de humor absurdo, talvez porque viram as referência certas, no tempo certo, tenho a sensação de que as coincidências do acaso juntaram essas pessoas de uma forma como será muito raro que aconteça novamente. Infelizmente, creio que não verei outro Monty Python nesta vida.





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Cena do youtube:


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Próxima semana:
O que será, será.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Dr. Fantástico

Filme: Dr. Fantástico
Título Original: Dr. Strangelove or How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb
Diretor: Stanley Kubrick
Atores: Peter Sellers, George C. Scott
Ano: 1964
País: EUA


Reza a lenda que o Stanley Kubrick, no set de Dr. Fantástico, sentava em uma cadeira distante e deixava Peter Sellers trabalhar. Sentava longe para poder rir bastante sem atrapalhar seu ator, que desempenhou três papéis diferentes: o presidente dos EUA, um oficial burocrático e o Dr. Fantástico (ou Dr. Estranho Amor, em uma tradução literal).

Kubrick não costumava fazer comédias. Até por isso entregou na mão de seu ator genial a condução do humor do filme. No entanto, me agrada o tom deste humor, diferente dos que comumente vemos por aí. Uma comédia com teor político, com sátiras e ironias que incomodam a tal ponto de ter uma tela inicial, colocada pelo governo americano, esclarecendo que os personagens são fictícios e que, jamais, o exército estados unidense faria tais atrocidades.

Em meio a guerra fria, Kubrick faz uma piada de humor negro. Talvez, hoje em dia, no mundo chato politicamente correto, tais piadas fossem mal interpretadas e o seu diretor jogado na fogueira. Mas não há melhor forma de explorar este tema do que fez esse filme. Ele revela uma situação kafkaniana, na qual os sistemas automáticos de defesa permitem que um general louco ordene um ataque à Russia. 

Muito próximo do fim da vida na terra, Kubrick revela as vaidades e mesquinhez existentes na individualidade dos homens. As ligações do presidente americano ao russo são memoráveis. Há também a cena na qual o general americano e o embaixador russo brigam na sala da guerra e o presidente tem que dar uma bronca neles: "Vocês não podem brigar aqui! Esta é a sala da guerra!". Ironiza as teorias de conspiração, em uma ótima cena de Peter Sellers como o oficial burocrático com o general louco. E neste mesmo papel há a cena abaixo, no youtube, simplesmente genial.

Mas a grande atração do filme é a participação (infelizmente um pouco pequena) do Dr. Fantástico. Participante do governo americano, como líder em experimentos de guerra, este personagem é simplesmente incrível, para se sentar e assistir. Quando enfim é chamado pelo presidente para falar, ele rouba a cena enquanto todos o observam em silêncio. O modo como ele sorri falando, o modo como sua mente não controla seus impulsos nazistas, o modo como ele faz seu último discurso, um plano de sobrevivência para o fim do mundo... simplesmente genial.




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Cena do youtube:


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Próxima semana:
Um monty de piadas aglomeradas...

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Noivo Neurótico, Noiva Nervosa

Filme: Noivo Neurótico, Noiva Nervosa
Título Original: Annie Hall
Diretor: Woody Allen
Atores: Woody Allen, Diane Keaton
Ano: 1977
País: EUA


Filme manifesto woddyalleniano. Começa com seu monólogo e segue em reflexões de sua relação com Annie Hall, mais uma das mulheres neuróticas deste blog. Brilhante personagem e brilhante Diane Keaton!

Os filmes do Woody Allen se misturam na minha memória. Algo que já percebi ser comum entre os amantes de suas obras. Nunca sabemos a qual filme pertence determinada piada, pois todos eles tem características muito semelhantes. Inclusive por seu protagonista, em geral o próprio urbanoide neurótico judeu Woody Allen.

No entanto, ao lembrar dos melhores momentos, todos estão aqui, em Annie Hall. A cena em que os dois conversam enquanto legendas revelam seus subtextos; a cena na fila do cinema, na qual ele chama o McLuham para participar do diálogo; o menino que diz que tem ímpetos de dirigir na contra-mão; e os constantes diálogos com a câmera.

Em seu monólogo inicial, após reflexão filosófica ele revela que está tendo problemas com Annie. Muito significativo, pois já posicionam as brigas cotidianas de um casal exatamente na mesma constante das reflexões universais. No filme, faz o inverso: nos revela suas visões de mundo ao relatar os altos e baixos de suas relações. 

A personagem de Annie é incrível. Dessas mulheres loucas que nós nos apaixonamos. Desde o primeiro encontro, aquele jeito sem jeito de mostrar interesse. Devo admitir que ela me lembra muito a Camila, minha mulher. E eu sou o próprio Woody Allen quando ela recebe um convite para uma festa, com esses tipos meio malas, e eu digo "que pena que nós marcamos aquela coisa, não é?". Ela me olha desanimada. Poderia dar mais alguns exemplos, mas acho que a intimidade demasiada com o leitor poderia interferir em nossa relação. Então vamos deixar por isso mesmo.



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Cena do youtube:

http://youtu.be/qLblwVUEHyw

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Próxima semana:
Peter Sellers multi-faceta.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

E Aí Meu Irmão, Cadê Você?

Filme: E Aí Meu Irmão, Cadê Você?
Título Original: O Brother Where Art Thou?
Diretor: Joel Coen (irmãos Coen)
Atores: George Clooney, John Torturro, Tim Blake Nelson, John Goodman, Holly Hunter
Ano: 2000
País: EUA


Os irmãos Coen são ótimos criadores de fábulas. Seus personagens exagerados, caricatos, em meio a situações que, em geral, remetem ao gênero "comédia de erros", criam uma atmosfera idílica, na qual podemos embarcar ou não.

Alguns casos resultam em obras primas. Outros, poucos, são filmes menores. Mas, em geral, eles conseguem utilizar clichês para um humor requintado. Neste caso, eles afirmaram, já que ninguém mais fez a relação, que sua fábula era inspirada na Odisseia, de Homero, creditado como co-roteirista.

O trio principal, de três excelentes atores, escapa da prisão e estão atrás de um suposto tesouro. Com o pé na estrada, conhecem novos personagens e novos obstáculos. Aos poucos se cria uma imagem do velho Mississipi e aquela região americana, mais racista e caipira. Em suma, um road movie.

A trilha sonora é maravilhosa, nesse estilo country antigo. Muito se baseia em velhas lendas e culturas locais. O sotaque, o estilo do velho negro americano (já serei acusado de racismo por não usar o afro-americano?), os políticos mais interessados em votos, a ingenuidade do povo, as exigências da mulher.

Entra aqui este filme porque eu simplesmente adoro todas as cenas deste filme. Me delicio em todos os momentos, com todos os personagens, em todos os "12 trabalhos", com todas as piadas sutis. E, como sempre acontece nos filmes dos Coen, os pequenos detalhes dos personagens me encantam. Suas pequenas manias e tiques são o que os tornam tão caricatos e ao mesmo tempo tão verdadeiros.



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Cena do youtube:


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Próxima semana:
Diretor neurótico.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Julho - Relaxa e goza

Passado o intenso mês de junho, sempre faço um cálculo para que as férias sejam tranquilas.

Portanto, os filmes de julho serão leves, bem humorados, cheio de piadas e bom humor. Irmãos Coen, Woody Allen, Monty Python e até Stanley Kubrick dando uma escapada humorística.

Tenho dificuldades para escrever humor. No entanto, quando bem feito, como os senhores acima fazem muito bem, é sem dúvida o gênero que mais se aproxima do sublime. Claro que o humor é mais temporal, pois faz referências a situações de nosso cotidiano, que provavelmente perderão sentido com o tempo.

Mas como bom judeu, que sabe como ninguém rir de si mesmo, deixo em julho, meu mês de nascença, espaço aberto para risadas.
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