segunda-feira, 31 de maio de 2010

Taxi Driver


Filme: Taxi Driver
Título Original: Idem
Diretor: Martin Scorsese
Atores: Robert De Niro, Jodie Foster, Harvey Keitel, Cybill Shepherd
Ano: 1976
País: EUA

Assim como Coppola, Scorsese é outro monstro cineasta que fez suas melhores obras no início de carreira. Também amante do cinema italiano (como eu), fez Touro Indomável, Alice Não Mora Mais Aqui, Depois de Horas e mesmo seu primeiro filme, Quem Bate à Minha Porta? já tinham muitos elementos interessantes, inclusive o ator Harvey Keitel.

Ele fazia filmes sobre sua realidade, sobre a escuridão de Nova Iorque, sobre o submundo. Eu tenho grande apreço por dois filmes dele, que são muito relacionados: Vivendo no Limite, onde Nicolas Cage faz um paramédico que trabalha durante a noite, encontrando personagens bizarros e o mundo esquisito da noite (muito presente no filme kafkaniano Depois de Horas); e Taxi Driver, sua obra prima, com o mestre Robert De Niro fazendo um taxista, também vivendo neste mundo esquisito. Creio que o Scorsese adoraria que seus filmes e personagens fossem comparados aos de Fellini, mas apesar da nítida referência, são dois tipos de personagens diferentes.

Esses dias fui devolver um carro alugado, de madrugada na locadora, em Santarém, Pará. O guardinha estava falando no celular com uma garota (suponho). Disse que tinha que desligar porque um cliente tinha chegado. Eu fiz que não se preocupasse, pois não tinha pressa. Conversamos e em poucos minutos parecíamos amigos íntimos, eu brinquei com ele "estava namorando, hein" e ele me respondeu de forma absolutamente scorsesiana "devo te dizer uma coisa, a gente que trabalha a noite acaba ficando safado" e me contou alguns de seus casos bizarros.

Are you talking to me?

O Robert De Niro, jovem (outro que cansou de fazer coisas decentes), entra de tal forma no taxista que se torna memorável. Personagem de poucos amigos, poucas palavras, pouca inteligência e sem ter muito o que fazer. Ele se interessa por uma garota, bonita, inteligente, politizada e com seu jeito sem jeito, bruto e forçado a convence a sair com ele, ir ao cinema. Gosto muito desta cena, pois a escolha dele é pelo lugar que ele sempre frequenta, um desses cinemas pornôs de quinta categoria. Ela, obviamente, se ofende e ele não compreende porque, ficando puto da vida com ela.

Muito é possível compreender da cultura americana também. Da paixão pela arma e seu fetiche. A cena clássica, antológica, abaixo no youtube é ele treinando na frente do espelho: are you talking to me? (você está falando comigo?)


Torrent: download aqui
Legenda: download aqui


Cena do youtube:

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Próxima semana:
A morte como ruptura incompreensível.

3 comentários:

  1. Muito bom este filme. Ótima escolha! Qdo vejo a Jodie Foster, então com 12 anos, lembro da Natalie Portman em "O profissional". Ótimas estréias...

    O blog está ficando cada vez melhor...em breve será uma referência.

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  2. Eu ia comentar exatamente isso! O que é a Jodie Foster nesse filme! PQP! Fico pensado qual das interpretações dela é mais marcante: Essa ou "O Silêncio dos Inocentes" ?

    Adoro todas as cenas externas noturnas desse filme! Fora os camera-cars!

    ABS Tavinho.

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  3. Não vi Taxi Driver, ou se vi eu esqueci.
    :-)
    Não me sinto muito inspirado para ve-lo hoje, não sei porque.
    Acabo de alugar o Era Uma Vez no Oeste, depois eu conto, lá no lugar dele.
    Hoje eu estou mais para cavalos quadrupedes do que para cavalos vapor...

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