Título Original: Idem
Diretor: Quentin Tarantino
Atores: Samuel L. Jackson, John Travolta, Uma Thurman, Bruce Willis, Ving Rhames, Maria de Medeiros
Ano: 1994
País: EUA
Tarantino é um marco para minha geração. E Pulp Fiction é sua obra prima. Daquelas que tive que assistir trezentas mil vezes até decorar o trecho bíblico citado por Samuel L. Jackson (em cena que deixei abaixo, no youtube).
Mestre dos diálogos e da perfeição de cada cena, a única coisa que poderia me incomodar em seus filmes é a falta de uma unidade, que é, ao mesmo tempo, sua característica mais interessante. No entanto só funciona quando a trama é perfeita e todas as cenas merecem referência, como em Pulp Fiction.
Meu top five de cenas preferidas, em ordem:
1. A citação de Samuel L. Jackson e toda a sequência dos dois matadores na casa dos jovens que precisam ser assassinados. Vejo e revejo com imenso prazer.
2. Maria de Medeiros e Bruce Willis conversando. Ela esqueceu o relógio, ele fica puto mas tenta se controlar, ela pede para ele voltar logo (blueberry pie). Corta para ele xingando a menina no carro.
3. John Travolta e Uma Thurman na lanchonete. Incluindo o concurso de twist e a participação especial do incrível Steve Buscemi.
4. John Travolta e Samuel L. Jackson no carro, falando sobre as diferenças da Europa e EUA.
5. John Travolta e Samuel L. Jackson no carro, discutindo o milagre de terem sobrevivido até que o Vincent atira no rosto de Marvin, sem querer. (oh, man, I shot Marvin on the face!)
Claro que muitas cenas ficaram de fora, caso contrário não faria sentido fazer a lista. Muitos criticam a violência desnecessária do filme (especialmente desta última cena que elenquei, dos miolos espalhados pelo carro). Muitos criticam a banalização da violência. Mas muitos outros adoram o humor, eu incluso, gerado por todo esse sangue jorrado. Devo admitir que gostava mais. Não sou fã de seu último filme (Bastardos Inglórios) e prefiro a segunda parte de Kill Bill (menos sangue e mais cinema).
Ainda tem as participações dos também geniais Harvey Keitel e Cristopher Walken. Enfim, um filme recheado, lotado de boas informações, perfeito a cada instante, referência para muitos, diálogos inesquecíves, quotes inesquecíves, trilha inesquecível. Inesquecível.
Torrent: download aqui
Legenda: download aqui
Cena do youtube:
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Próxima semana:
Ventilador de teto e helicópteros.
Eu gosto de filmes que começam pelo meio depois voltam para o começo e no meio mostram o fim.
ResponderExcluir:-)
Não sei se isto é o que voce chama de falta de unidade, mas é exatamente este comportamento do filme que me faz gostar dele.
A forma como ele nos mostra a violência é absolutamente não violenta, chega a ser engraçada até. Banalização da violência ou violência desnecessária, eu acho que não é nehuma das duas coisas.
Quero ver de novo Cães de Aluguel para rever esta coisa da violência. Que eu me lembre, naquele filme eu não achei ela engraçada.
:-)
No Top Five eu acrescentaria mais duas cenas que para mim foram de uma sutileza tarantiniana e hilariante:
1)Quando o Cristopher Walken aparece na casa do pequeno futuro boxeador para trazer o relógio que tinha sido do Avô e do pai, e conta aquela história de heroísmo (quase que intestinal) familiar que fez com que o relógio pudesse ter sido preservado.
2) Quando o Harvey "Wolf" Keitel chega para limpar aquela sujeira toda, ele começa a dar ordens dizendo o que cada um dos dois tinha que fazer, e no final o Vincent Travolta pergunta:
Não tem um "por favor"...?
Alias, o Vincent passa uma boa parte do tempo num banheiro...e acaba morrendo por causa disto.
:-)))
E a música...a música é sensacional!!!
Son of a preacher man é minha favorita.
Ventilador de teto e helicópteros...?
Só me veio a cabeça um filme de guerra muito famoso.
Será?
Aí que está, se eu for colocar todas as boas cenas, não sobrará nenhuma. Ou talvez a do Zed, aquela coisa sado-mazoquista meio deslocado, não?
ResponderExcluirMas lembrar da trilha é realmente fundamental!
Quando falei da falta de unidade me referia mais a outros filmes do Tarantino do que esse, pois Pul Fiction é uma obra prima, perfeito. A narrativa do filme é fantástica. Mas é uma característica do Tarantino fazer com que cada cena seja como um curta, onde é possível compreender a história daquela cena, sem precisar da narrativa do filme. O que é de fato muito interessante, pois todos os personagens se tornam importantes e relevantes, mas opta-se por fazer um corte da vida e daqueles poucos momentos. Aqui funciona perfeitamente, especialmente com a história do relógio, do mr Wolf, etc. Mas em Kill Bill e Bastardos Inglórios já não encontram a mesma força, na minha opinião.
Obrigado por ser um freqüentador assíduo e, ainda mais, um comentador assíduo. Abraços
Eu pretendo, sem adota-lo, passar por aqui todas as semanas até o 100° filme, e voce não precisa ser um vereador para isso.
ResponderExcluir:-)))
PS 1: A cena do Zed serviu para amarrar a paz entre o Marcellus e o Butch...alias, que paz dolorosa esta.
:-))))
PS 2: Vou pegar o DVD do Era Uma Vez no Oeste para ver de novo. Acho que nem eu era nascido que eu vi pela primeira vez.
Bom. Nem preciso falar que esse filme é realmente fantástico.
ResponderExcluirDecorar os diálogos foi uma diversão na época do colegial, mas revê-lo é ainda mais prazeroso.
A cena do Marvin é fantástica. E acho que o que eu mais gosto é o fato de realmente ter acontecido um milagre na cena, algo improvável e absurdo, que não poderia ser real (eles sobreviverem a tantos tiros), e justamente por isso, eles discutem tão fogosamente sobre isso. E o Marvin solta: "man, I don't even have an opinion". E o Samuel L. Jackson.... bom, ele não precisa fazer mais nada na vida depois desse filme.
Mas gosto muito também do próprio Tarantino no filme. Ele é demais - mala, chato, irritadinho. A cara dele. E a cena em que falam do café é ótima.
Filme excelente. Para ver e rever. Para distrair. E sim, bela trilha sonora.
Ps.: Por que os videos do Youtube só tem o link agora??
Tarantino é o gênio da nova geração.
ResponderExcluirGosto muito de Pulp Fiction. É genial. Como você disse, todas as cenas.
ResponderExcluirNão consigo esquecer do Mr. Wolf e das cenas na casa do Tarantino ("Don't Jimmimie"), ou de Travolta tentando trazer Thurman de volta à vida, após a overdose ("Where is my little fucking black medical book?"), ou tantas outras.
Mas não entendo como você não gosta de Bastardos Inglórios. Eu acho absolutamente genial. Não me lembra tanto Tarantino, mas é fantástico.
Enfim, acho que a discussão não cabe aqui, mas deixo minha frustração!