Título Original: Lola Rennt
Diretor: Tom Tykwer
Atores: Franka Potente, Moritz Bleibtreu
Ano: 1998
País: Alemanha
Na semana passada eu escrevi sobre De Volta Para o Futuro I. Hoje, último post de janeiro, Corra, Lola, Corra tem tudo a ver com a temática tratada na semana passada, sobre o tempo. No entanto, este filme alemão nada tem de científico, máquinas birutas ou coisas do gênero. Trata simplesmente de linguagem cinematográfica.
A trama é simples: Lola tem vinte minutos para arranjar uma grana para o namorado. Em três possibilidades diferentes de enredo, há muito conteúdo e uma narrativa de alto nível. O filme marcou época e se tornou um grande sucesso. Em primeiro lugar por sua velocidade narrativa, muitos cortes rápidos, o que muitos chamaram de linguagem de videoclipe. Mas também pela variedade de formas usadas. Uma animação substitui a seqüência de Lola descendo as escadas e fotos são usadas para contar rapidamente os eventuais futuros daqueles que passam pelo caminho de Lola.
Conceitualmente, usando a teoria do caos e o efeito borboleta, tema que abordei no filme passado, penso que apenas dois filmes conseguem ser perfeitos naquilo que estão propondo, que é este aqui que tratamos agora e o Smoking No Smoking, também na lista será falado mais para frente. Por que? Bom, sou um grande entusiasta da ideia de que os mínimos detalhes altaram profundamente o todo. Assim como um bater de asas de uma borboleta pode gerar um tufão, um atravessar de rua mais lento pode, muito indiretamente, gerar a morte de alguém. E salva a vida de outros. Estamos ligados de tal forma a uma rede muito mais complexa que a internet, que se torna quase impossível termos a consciência deste forte efeito que temos. Mas quem disse que devemos ter essa consciência?
Para exemplificar melhor minha teoria (que não é minha, claro) e chegar a uma conclusão (que com certeza não é a melhor). Pensemos em uma morte, que é um evento marcante, fatídico e de grande causa e efeito. Assim como pensa o personagem de O Quarto do Filho, sobre a morte de seu filho, em tudo aquilo que poderia ter feito para que ela fosse evitada. Ele pensa apenas naquilo que estava a seu alcance, ter insistido para o filho o acompanhar em uma corrida e coisas do gênero, mas a variedade de circunstâncias que coloca tal pessoa em tal lugar beira o infinito. Tal resultado, uma morte, gera uma onda de consequências muito mais drásticas. Assim, vivemos um eterno alterar de nossos futuros. Ou, para os mais preguiçosos, um eterno caminhar de nossos destinos. Se eu parar de escrever aqui, nesta linha, talvez eu evite uma guerra do futuro. Ou talvez ela será evitada se eu continuar até o fim. Não saberemos. E a impotência de não saber é o que mais nos incomoda.
Bom, as fotos que revelam os futuros dos personagens por quem Lola passa correndo, tendo cada um deles diferentes possibilidades de alegrias ou tristezas, afetados simplesmente pelas decisões de Lola de como agir diante da necessidade de ajudar seu namorado, é que fazem deste filme um tesão. Para mim, é claro.
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Próxima semana:
Só imbecil lê este blog!