segunda-feira, 24 de maio de 2010

Apocalypse Now



Título: Apocalypse Now
Título Original: Idem
Diretor: Francis Ford Coppola
Atores: Martin Sheen, Marlon Brando, Robert Duval
Ano: 1979
País: EUA


Este é daqueles filmes que não se discute. Eis a obra prima. Talvez se discuta a versão, a minha é a Redux (versão do diretor, que foi relançada no cinema). Muita coisa na carreira de Coppola é questionável, mas algumas são brilhantes, geniais, inacreditáveis. Ele é como aquele jogador de futebol que é craque mas tem preguiça de jogar, aí de vez em quando faz uma jogada inacreditável. Ou ainda é daquele tipo que jogava muito quando era moleque e agora já está velho e cansado. Acontece muito no cinema.
Bom, Apocalypse Now é o melhor filme de guerra já feito. Mas este gênero pode ser questionado, ou não? Acontece que li uma cena de um livro, de passagem (Matadouro 5, do Kurt Vonnegut) e minha visão sobre filmes militaristas mudou para sempre. Uma mulher critica os filmes de guerra, mesmo o mais pacifista deles, por criarem uma áurea heróica por trás deste evento que eu não tenho capacidade de imaginar. Desde então vejo filmes de guerra com outros olhos. Mas não impede a beleza cinematográfica e a perfeição artística de Apocalypse Now.
Há cenas marcantes, como o início ao som de The Doors e a cena dos helicópteros ao som de Cavalgada das Valquírias (cena no youtube abaixo), mas o que me parece mais interessante e fundamental é o clima e as sensações que são passadas.
O peso, a escuridão, a lentidão, o calor, o sofrimento, a falta de sentido, a perda de consciência, falta de noção do tempo, falta de noção de tudo, enjôo, amplitude, horizonte infinito, não chegar a lugar nenhum, andar em círculo, dar um tiro no próprio pé, dar um tiro para cima, dar um tiro no outro, dar um tiro no seu irmão, cheiro de morte e de napalm.
Nada mais a dizer.

Legenda: download aqui

Cena do youtube:


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Próxima semana:
Você está falando comigo? Tá falando comigo?!

6 comentários:

  1. Eis uma obra-prima fotográfica tb! Do mestre Vitorio Storaro em uma de suas colaborações com Coppola! Fico maravilhado com duas cenas em especial: O tiroterio noturno no acampamento do cel. Kurtz e a "festa" no começo com as coelhinhas da playboy! Duas pinturas que mostram o contraste de realidades que o filme propõe!
    Grande Abraço!
    tavinho.

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  2. Ventiladores e helicópteros,só podia ser Apocalyse Now.
    :-))
    Coppola fez um filme muito bonito de ser visto, com imagens incriveis e uma trilha perfeita.
    Gosto muito deste filme, mas não acho que tenha sido o melhor filme de guerra, pelo menos para mim.
    Todas as guerras são idiotas, mas Vietnam foi de uma idiotice campeã. Me parece que esta guerra foi perfeita para a criação da tal aura heóica que voce (a mulher) falou.
    E o charuto apagado do general? Não me lembro se aparece neste filme...tenho que ve-lo de novo.
    :-))

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  3. Por coincidência, anteontem eu estava conversando com uns amigos quando, de repente, o assunto passou a ser este filme. Um dos amigos disse que a cena da invasão da praia, a mesma do ataque dos helicópteros que voce mostrou no link do Youtube, foi baseada num fato real.
    Ou seja, na guerra verdadeira houve de fato um coronel que gostava de surf e que "inventou" a tomada de uma praia só para depois poder pegar uma ondas.
    Se aconteceu ou não a gente não sabe, mas que pode ter sido verdade, ah isso pode!
    :-)

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  4. Acabo de ver Acopalypse Máu...assim mesmo, porque depois de mais de 40 minutos adicionais qualquer um sai trocando as letras!
    Redux, remix, refix, seja lá o que for, ninguém merece isso.
    PQP! Eu tinha esquecido completamente do filme. Nunca foi um filme de guerra...é um filme de terror.
    Pesado, denso, carregado, daqueles filmes que voce tem de assitir com o farol de neblina ligado...junto com um radar.
    Continuo achando o filme bonito de se ver, uma fotografia super legal para o meu gosto.
    Mas depois de mais de tres horas - comecei às 20:00 e a coisa acabou depois das 23:00, eu sai para jantar num restaurante cheio de gente aqui do Leblon, o Degrau. Precisava disto, estava sem ar e com fome.
    Enfim, como voce disse, o clima e as sensações que o filme passa são o que sobra depois que ele acaba, e como sobra....
    :-)

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  5. Esse film é obrigatório para quem acha que gosta de cinema ou para quem quer contar uma boa história.

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