segunda-feira, 21 de novembro de 2011

12 Homens e Uma Sentença


Filme: 12 Homens e Uma Sentença
Título Original: 12 Angry Men
Diretor: Sidney Lumet
Atores: Henry Fonda, E. G. Marshall 
Ano: 1957
País: EUA


Este filme é a mais perfeita imagem do tema que une os filmes deste mês: simplicidade. A bem da verdade, trata-se de uma peça teatral filmada. Mas o texto é tão bom, as atuações tão perfeitas que o que poderia ser entediante fica absolutamente intrigante.

São 12 juris discutindo uma sentença. O crime parece óbvio e todos querem sair dali o mais rápido possível. Onze deles rapidamente decidem pela condenação do garoto. Apenas Henry Fonda discorda, não por convicção de sua inocência, mas apenas para que, ao menos, o assunto possa ser debatido. (cena abaixo) Como a decisão precisa ser unânime, ali ficam.

Em um crescente de questionamentos, os jurados passam a tentar analisar mais profundamente o caso e percebem que sua primeira impressão pudesse ser errônea. Assim, vemos o quão frágil é o sistema judicial e suas subjetividades, pelas quais seria impossível, por exemplo, ser a favor da pena de morte. Os preconceitos ficam evidentes e, junto com eles, como os pré-julgamentos são feitos não ao observar fatos e sim opiniões pessoais, seus traumas e cultura.

Dois documentários brasileiros revelam o nosso sistema, da mesma diretora, Maria Augusta Ramos: Justiça e Juízo. Excelentes filmes que, com uma câmera distante, apenas observam o funcionamento (ou não) da lei.

Como dramaturgia, o texto de 12 Homens e Uma Sentença é perfeito. Cada um dos personagens é aos poucos revelados e, como todos passam por uma mudança de lado, até a unanimidade pela inocência, todos tem uma curva dramática, algumas mais fortes e outras mais fracas. E é claro que os diálogos e formas de argumentação são maravilhosas.

De certa forma, há aqui uma clara distinção de posturas, em um gradual painel. Desde a sensatez de Henry Fonda, da posição de querer ouvir e debater sem juízo de valores, até a alguns extremistas e pragmáticos que são intransigentes quanto a suas posições. Admitir uma mudança, portanto, é uma derrota pessoal tão grande como se ele próprio fosse considerado o culpado. Seria como se, numa apologia política atual, a Dilma resolvesse voltar atrás da construção de Belo Monte já que a sociedade se manifestou e apresentou argumentos fortes o suficiente para que o projeto fosse parado. Mudar de posição é considerado, na nossa sociedade, um crime tão grave como ter cometido o crime em primeiro lugar.


Torrent: download aqui
Legenda: download aqui



Cena do youtube:



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Próxima semana:
Um banco, apenas. E tudo que isso implica.

4 comentários:

  1. Tá vendo só? Com um texto apenas esta mesa fica muito mais interessante.
    Podemos falar do Henry Fonda, do filme, de um tribunal e até da presidente do Brasil.
    Um pequeno texto nos possibilita viajar para os mais diferentes destinos...até sobre o filme, apesar de achar que a simplicidade passou longe neste caso.
    Simples seria se todos aceitassem o posição de alguns e fossem embora sem grandes discussões.
    E, por incrivel que pareça, até a Belo Monte apareceu por aqui!
    Viu só, seus textos são fu-da-men-tais para a vida deste bar.
    :-)))
    Zé Rodrigo

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  2. fudamentais é foda!!!!
    deve ser algum ato falho que poderá merecer um estudo a posteriori...

    :-)))

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    Respostas
    1. Caraca!!
      Fu-da-men-tais é fuda...
      Só vi isso agora, em abril de 2014 :-)

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  3. é fuda...
    pois é, eu faço muitas digressões...

    a simplicidade está na produção (1 locação, poucos atores, etc) Se refere mais a um filme bom e barato...

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