Sempre tive grande admiração pela simplicidade no cinema. Pela simplicidade em geral, na verdade. Mas no cinema, mais. Amo a ousadia de Antes do Por do Sol, de fazer um filme de um diálogo apenas. Mais ousado é Kiarostami, em Cópia Fiel e Dez - este, de irritar o espectador comum. O cinema iraniano, de forma genérica, alcança muito a simplicidade. Este também é o trunfo do cinema argentino, diante do tupiniquim. Como se diz, menos é mais, contrariando nossos aprendizados do primário. Na vida, serve bastante.
E a simplicidade, no cinema, considera sua produção. Filmar em apenas um local, por exemplo. Eis a simplicidade do complexo filme Jogo de Cena, do Coutinho. E todos os filmes deste mês seguem um pouco a mesma linha. Uma locação, excelentes diálogos e personagens.
Uma citação de internet, que não posso assegurar a fonte:
"Desculpe a longa carta. Escreveria outra, menor, se tivesse mais tempo." - Descartes
Eu sempre disse que o bom da vida está na simplicidade das coisas.
ResponderExcluirIsto, sem dúvida, pode se aplicar a esta arte
que é o cinema.
Já pensou o Larsfõtrír simplificando de vez o seu Dogma 95 e, talvez, até mudando de nome para simplificar mais ainda, é claro, para Dogma 0?
A cena seria um filme sem o filme, óbvio.
Ele ficaria na frente da tela de um cinema e em vez de rodar o filme, simplesmente ele contaria o filme para a platéia tal e qual ele imaginou.
Isso é o máximo da simplificação, as pessoas
criariam o filme que elas quisessem ao ouvir a narrativa de seu diretor.
Mais simples impossível, sem atores ou atrizes, sem preocupações com locações, tempo, se vai chover ou fazer sol, com luz, etc, etc, etc.
E o Descartes, como que fica?
É claro que ele gastou todo o tempo que tinha para escrever a carta longa, por isto não pode escrever uma curta depois...
;-)
Zé Rodrigo