Título Original: The Godfather
Diretor: Francis Ford Coppola
Atores: Marlon Brando, Al Pacino, Robert Duvall, Diane Keaton, James Caan, John Cazale
Ano:1972
País: EUA
Quando eu tento refletir sobre o que faz deste filme uma obra prima, tenho dificuldades pela abundância de possibilidades. Um roteiro preciso, diálogos memoráveis, personagens complexos são seus elementos de atmosfera. Mas ainda há a luz, sempre escura, cheia de sombras e os enquadramentos perfeitos, como o final. E a trilha sonora! Tudo é inesquecível, se complementam, criam, coletivamente, uma obra.
Mas a densidade da trama é o que mais me atrai. E a forma como Coppola conduz seu enredo, acrescentando personagens sem pressa, nos envolve em sua família como ninguém. Buscar esse olhar mais intimista, dentro das organizações criminosas, é o que faz com que nos sintamos parte. Não há, aqui, espaço para maniqueísmos, são todos reais, com interesses, com intenções, com dúvidas, com pecados e morais.
E a complexidade de seus personagens, não a toa, torna o filme grandioso. Pois uma planificação deixaria suas ações óbvias. Desta forma, eles atuam em suas nuanças. Marlon Brando é perfeito como o Don Corleone que, apesar de padrinho de enorme respeito, não vê entre os seus filhos um sucessor. O mais velho, Sonny, é explosivo e emocional. Fredo é fraco e instável. E a Michael, vivido por Al Pacino, Don Corleone reservou um futuro longe do crime. Casado com uma moça inocente, não se sente parte daquele meio. Já a Tom Hagen (Robert Duval), que é considerado como um filho, cabe o papel de o sábio administrador e advogado.
Em uma de minhas cenas favoritas (no youtube abaixo), o Godfather corta uma reação explosiva do filho Sonny, em uma reunião com outro chefe de máfia. Depois vem a moral: "nunca diga o que você está pensando para alguém que não é da família". O Poderoso Chefão é brilhante porque não conta a história de uma família criminosa, mas sim de uma família.
E, sem pressa, Coppola nos mostra o tempo passando e as mudanças ocorrendo. Os ataques a família Corleone, a morte de Sonny e a necessidade de um substituto cada vez mais evidente. Neste contexto surge a força da personalidade de Michael, que não poderia deixar de ser o líder em necessidade.
Não é fácil contar histórias grandiosas como essa. Muitas delas me cansam, como 1900, de Bertolucci; Leopardo, de Visconti ou Barry Lyndon. de Kubrick. São bons filmes, mas com a difícil tarefa de contar uma história que evolui no tempo. Mais fáceis são os pequenos recortes, tendem a ficarem melhores. No entanto, Coppola consegue passar tudo, no tempo certo, com a ajuda imprescindível de seus mestres atores.
Torrent: download aqui
Legenda: download aqui
Cena do youtube:
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Próxima semana:
A melhor continuação de um filme.
Eu torço para que na próxima semana ocorra uma melhor continuação de um blog.
ResponderExcluirMas não faz mal, parece que dia 9 as coisas retornarão aos seus eixos e então este bar deixará de ser apenas um IMDB tupiniquim com frias fichas técnicas e pequenos trailers.
:-))
PS:
E o Lars Von Sei Lá das Quantas?!?
É muito melhor como publicitário do que como diretor de cinema.
:-)))