Título Original: Metropolis
Diretor: Fritz Lang
Atores: Alfred Abel, Gustav Frohlich, Brigitte Helm
Ano:1927
País: Alemanha
Obra prima. Lindo. Genial. Forte. Duro.
Ao contrário do que falei sobre o último filme, Ensaio de Orquestra, Metrópolis é uma obra prima imagética. Muito simbólico também, pois cria um universo futurista, sua força está em uma espécie de dança de Pina Bausch de cada cena. Os homens andam, passo a passo, rumo ao elevador. No mesmo ritmo, com as mesmas roupas, outro grupo de homens saem. Todos eles com uma cara de nada, de ninguém. Trata-se da troca de turno da fábrica, na cidade dos trabalhadores, no subsolo de Metrópolis.
Esta cidade do futuro não é uma tentativa realista de Fritz Lang de prever o futuro. Pelo contrário, é extremamente expressionista. No entanto, o acúmulo caótico de prédios e os carros parados lembram bastante a querida São Paulo de hoje em dia. Mas é necessária uma pequena contextualização histórica. Fritz Lang, que dirige a obra, participou do movimento expressionista alemão, que explorava as expressões exageradas das faces, forte jogo de luz e sombra e cenários tortuosos.
Há, em Metrópolis, uma história de amor, ao estilo Romeu e Julieta, entre o filho do rico e a mulher pobre. Há uma esperança religiosa na liderança que esta mulher tem entre os trabalhadores. E há uma evidente divisão de classes que se torna cada vez mais difusa, hoje em dia. Talvez sejam aspectos que possam tornar a obra obsoleta. No entanto, algumas cenas desta obra valem mais do que muitas e muitas horas de produções feitas hoje em dia, na era do desperdício.
Dispensaria um ano de TV a cabo (que eu não tenho mesmo) se pudesse ver uma cena como as que vejo em Metrópolis. Em especial na relação dos trabalhadores com as máquinas, espécie de "Tempos Modernos", do Chaplin. O menino rico se coloca por um dia na posição de um trabalhador e sofre no seu afazer, que é uma imagem muito interessante. Ele deve apontar os ponteiros de uma espécie de relógio para as luzes que ficam acendendo. Ainda que haja fábricas hoje em dia, e muitos trabalhadores explorados, relaciono mais esse tipo de trabalho com qualquer ação nossa que esteja fora de propósito. Até que ponto não estamos fazendo este mesmo trabalho? Apontando ponteiros para luzes que nos ordenam, sem saber por que, para que, apenas sabendo que devemos fazê-lo. Me lembrei também do Desmond, em Lost, com seu trabalho de colocar números em uma máquina.
Enfim, Metrópolis é um ponto de referência. E esses pontos são extremamente necessários para quem trabalha com cinema ou com arte. São pontos de apoio que nos refrescam a mente e nos levam a um outro lugar. São fundamentais para que, quando o caminho está escuro, haja uma luz forte, gerando sombras expressionistas, a nos guiar.
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Cena do youtube:
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Próxima semana:
La famiglia.
Silêncio...
ResponderExcluirMetrópolis é brilhante! Conheci esse filme graças à Queen..
ResponderExcluir=1
É grave a crise!
ResponderExcluirA orquestra lá atrás perdeu o maestro e a metropolis foi abandonada...