segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A Viagem de Chihiro

Filme: A Viagem de Chihiro
Título Original: Sen to Chihiro no kamikakushi
Diretor: Hayao Miyazaki 
Ano: 2001
País: Japão

animação



Admito que sempre tive problemas com essa cultura japonesa que vem se tornando cada vez mais forte por aqui. Ao menos em São Paulo. Quadrinhos, anime, feiras de cos play, turma da mônica versão mangá e coisas do gênero nunca me animaram. Nunca gostei de cavaleiros do zodíaco, muito menos de Pikachu. Mas esse tal de Hayao Miyazaki é muito foda. Só vi A Viagem de Chihiro e Castelo Animado, ambos dirigidos por ele. Foi suficiente.

Embora eu ache o Castelo Animado mais bonito, é em A Viagem de Chihiro que ele faz uma obra prima. Sou apaixonado pela construção dos personagens, por seus pequenos detalhes e fértil imaginação. O filme começa bem realista: um casal está se mudando para uma nova cidade com a filha, que não está gostando da viagem. Mas uma mudança no caminho faz com que caiam em uma antiga ruína, onde Chihiro começa sua jornada sozinha. Trata-se, na verdade, de um castelo-spa, no qual a bruxa e seus funcionários recebem espíritos que precisam de um relaxamento. Tomam banho, recebem massagem e saem mais descansados.

Para sair de lá, Chihiro passa pelo clássico processo do herói. Passa de uma garota covarde há uma menina cheia de força de vontade e espírito batalhador. Conhece ali uma espécie de par romântico e em nome deste amor vende batalhas e obstáculos. Mas, de fato, nada disso tem importância diante dos pequenos detalhes do filme, dos pequenos personagens e seus trejeitos, suas profundidades e complexidades. 

Há aqui diversidade para todos os gostos. Eu tenho especial interesse em um espírito sem face, que não quer agradar ninguém que não seja Chihiro. Ataca a todos, come alguns e gera o pânico entre os funcionários do castelo-spa, e é Chihiro que o leva para fora e acompanha o espírito em uma viagem de trem que parece interminável. No fim o espírito encontra um lugar para ficar, mas o que realmente me agrada é a ausência de uma necessidade neurótica de explicações. Não sabemos por que veio, o que queria, quem era de fato, para onde vai. E não saberemos porque pouco importa. Isto pode parecer pequeno, mas não é. Revela uma angústia de perguntas e respostas que certos filmes e sociedades alimentam, e revela a inutilidade dessas perguntas e respostas na função de promover uma reflexão.




Torrent: download aqui
(já vem com o arquivo de legenda) 



Cena do youtube:




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Próxima semana:
All you need is love, pan pa ran pan pan.

9 comentários:

  1. Ecleticou de vez isto aqui.
    O dono se mandou, a mulher do dono vai se mandar no fim do mes e o bar vai ficar ao Deus dará.

    Pan pa ran pan pan !

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  2. Calma... estamos recuperando o fôlego. Veja que estou recuperando os que antes devia. No fim do mês vai estar supimpa!

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  3. Supimpa?
    Santíssima Trindade!!!
    A julgar pela idade do termo, além da poeira passaremos e ter mofo aqui também...mofo deu.
    :-)))))

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  4. Cadê o fôlego?
    Hoje já é segunda, 10:19 da matina, e .... nada.
    É isso, voce está nadando muito por ai e por isso seu fôlego acabou.
    Vou iniciar uma campanha pela volta dos SEUS comentários. Sem comentários isso daqui fica pior que jornal, até porque no jornal a gente ainda tem sinopse, horários e até bonequinhos sentados batendo palmas ou não.

    COMENTÁRIOS JÁ!!!

    :-)))

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  5. Sua campanha tem toda razão.
    Falta fôlego.
    Falta uma força interior de fazer tudo que eu tenho que fazer e deixar a preguiça de lado.

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  6. Gostei de descobri o nome desse que deve ser o meu diretor preferido, atualmente.

    Tudo o que discutíamos no Yellow Submarine sobre a falta de criatividade vira de cabeça pra baixo aqui. Ele usa a animação para dar vida a objetos inanimados, um belo rio, o foguinho (do Castelo Animado), os espíritos. E é de uma forma muito especial.

    Não precisamos ver o personagem, ouvi-lo para saber quem é. Parece que o rio é carismático antes mesmo de sabermos que ele é alguém. Isso é lindo.

    Mas meu preferido é o Castelo Animado. E agora pensando, acho que é o menos surreal de todos. Os personagens são pessoas, comuns... não temos muita loucura, muita invenção. Ou temos?

    E Ponyo também é lindo. E a Viagem de Chihiro é lógico.

    Amo Miyazaki! Recomendo todos os filmes dele!

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  7. Eu acabei de ver Ponyo e fiquei ligeiramente desapontado. Há algo de esquisito neste filme...

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  8. Hayao Miyazaki é foda.
    Adoro Mononoke Hime também.
    Adoro todos. Até tales from earthsea, que é do filho dele, é legal.

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  9. Não conheço esse do filho dele. Onde encontro?

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