segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Janela Indiscreta

Filme: Janela Indiscreta
Título Original: Rear Window
Diretor: Alfred Hitchcock
Ator: James Stewart, Grace Kelly
Ano:1954
País: EUA


Parece que existia nos contratos de Hitchcock uma cláusula que lhe condicionava a apenas dirigir um filme se pudesse ser genial em uma cena, em uma ideia ou em sua forma.

Antes de Janela Indiscreta, fez o Festim Diabólico, que não tem a mesma atração, mas traz uma forma inovadora: conta sua trama em um plano sequência, dentro de um apartamento. Não teve sucesso. Mas Hitchcock acreditava na forma. Encontrou a história ideal, teceu de personagens interessantes, construiu sua vizinhança perfeita e ficou ali, com apenas o ponto de vista de um apartamento, a contar uma história intrigante.

A forma em si é o que há de mais valioso aqui. Mas nos arredores da trama principal há algumas reflexões interessantes. Em primeiro lugar, o explícito voyeurismo. Há, no ser humano, um impulso quase incontrolável de observar a vida alheia. E mesmo que criemos cercas que nos privam do outro, há esta força que parece maior que nos coloca a comentar, fofocar e debater esta outra vida.

Há até uma reflexão ética sobre a invasão de privacidade, muito em voga hoje em dia, com as câmeras por todos os lados e raras vidas fora das imagens. James Stewart se questiona se seria ético descobrir um assassinato ao invadir a privacidade alheia. Depois constata, quase desistindo de sua investigação, que a vida individual não deve ser invadida, pois há, afinal, tanta singularidade e sofrimento nessas vidas.

Em um segundo plano, Hitchcock mostra uma solidão coletiva. Perfeito resumo imagético em um prédio, as vidas solitárias individuais se tornam ainda mais explícitas nessa visão maior. O solitário é mais só no meio da multidão.



Torrent: download aqui
Legenda: download aqui



Cena do youtube:



--------------------
Próxima semana:
as alturas podem ser vertiginosas

3 comentários:

  1. Este é meu Hitchcock favorito. O que eu adoro neste cineasta é como ele usa a técnica genial dele em cada filme. O plano único de Festim Diabólico e o monte de planos de Psicose.
    Enfim, junto com O Homem que sabia demais sao meus favoritos. Mando este post do Rio de Janeiro que eu amo.
    Sergio Fisch

    ResponderExcluir
  2. Com você aí, todos os leitores deste blog estão no Rio de Janeiro! Preciso me mudar pra essa terra maravilhosa...

    ResponderExcluir
  3. Hahaha....!!!!
    De fato houve um certo acúmulo de leitores aqui do Rio nesta semana.

    E a camera que ele usa para fotografar, qual era ela?
    E a lente, qual seu tamanho?
    :-)
    Zé Rodrigo

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...