Título Original: One Flew Over the Cuckoo's Nest
Diretor: Milos Forman
Atores: Jack Nicholson, Louise Fletcher, Brad Dourif, Christopher Loyd
Ano: 1975
País: EUA
Ninguém costuma dar muito valor ao diretor Milos Forman e seus filmes. Primeiro porque não coloca sua marca nos filmes com evidência. Depois, porque sua dramaturgia segue uma linha mais clássica, sem grandes inovações de linguagem. No entanto, por ter dirigido este filme aqui, O Mundo de Andy e Amadeus, percebemos que dentro desta dramaturgia clássica, ele é brilhante.
Um Estranho no Ninho é clássico. Chega em um hospício um louco, Jack Nicholson, que não é tão louco assim. Como o próprio título em português já explicita, trata-se da fórmula do estrangeiro. Esta é clássica e funciona muito bem. Sempre que vem alguém de fora e observa aquele ambiente já estabilizado há grande potencial de mudança e conflitos. Nada de tão especial até aqui, com exceção do gênio Jack Nicholson, que vivia nesta época uma fase brilhante.
Este é o grande mérito de Milos Forman. Cada cena, dentro desta lógica mais comum, se torna algo especial. Os personagens do hospício, o comando rígido da enfermeira e o anseio aflitivo do personagem de Jack Nicholson são os fatores necessários para que esse trabalho se aprofunde. Em uma entrevista que assisti do diretor, ele diz que foi criticado por ser um estrangeiro fazendo um trabalho em cima de uma história muito americana, mas que, para ele, o comunismo que viveu no leste europeu era uma Grande Enfermeira.
Há uma seqüência, em especial, que gosto muito. Em uma das reuniões de grupo que fazem, Jack Nicholson propõe que liguem a TV para assistir a um jogo de baseball. A enfermeira, que não gosta de mudanças, diz que as coisas são decididas democraticamente ali. Há uma votação. Todos votam a favor da mudança mas, segundo ela, são apenas nove ali na reunião, enquanto há 18 internos no hospício. Os outros são, no entanto, incomunicáveis e a TV não é ligada. Segue então a cena que eu peguei no youtube, Jack Nicholson começa a narrar o jogo, inventando as ações e empolgando seus companheiros.
E cada seqüência que vem é melhor do que a anterior. Uma colagem perfeita de belíssimas cenas simples que dizem muito. E aqui entro em crise com o roteiro que escrevo. Aliás, cada bom filme que vejo me dá a angústia de não ser competente e o desejo de melhorar. Gosto muito da simplicidade e sutilezas do cinema. Tenho comigo, no entanto, muitas histórias e pouca sensibilidade. Por enquanto.
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Próxima semana:
Um louco no trem.
Já???
ResponderExcluirQue coisa doida esta, ora demora, ora adianta...
Parece com ler hoje o jornal de amanhã.
Vou prá cama, amanhã vejo este ninho.
:-))
O que eu acho muito interessante aqui neste bar são as lembranças que alguns dos filmes trazem. Este, se não me engano, vi no cinema Veneza, um imenso cinema de rua daqui do Rio que hoje não existe mais.
ResponderExcluirO Nicholson era um vigarista que consegue arrumar um jeito de ir para o sanatório em vez de ser preso numa cadeia qualquer.
Os cinemas chamados de rua eram fantásticos, principalmente na beleza de suas construções. Voce já nasceu na era dos cinemas de shopping, aquela coisa que é igual em todos, só muda a cor das cadeiras e o endereço. Aqui no Rio sou fã do cinema Leblon. É um dos raros cines de rua que ainda resiste, mas mesmo assim já sofreu uma boa reforma onde foram feitas duas sala dentro dele. É claro que o mercado mudou e que esta cultura dos Shopping Centers define onde que os cinemas irão existir, e quantos também. Mas que as vezes dá uma saudades do grandes cinemas, ah isso dá.
:-)
Bom, realmente não peguei esses grandes e belos cinemas de rua. Mas toda quinta-feira tento manter a tradição de ir ao Espaço Unibanco, um dos melhores cinemas daqui. A programação das últimas semanas não tem estado tão cativante, mas...
ResponderExcluirÉ uma tradição meio cinéfila, meio judaica, já que lá é mais barato às quintas...
Sendo um pouco mais explosivo e chato, os blockbusters, shoppings, macdonalds e o grande consumo destroem nossas vidas. Resta-nos desviar como podemos.
gostei deste comentário. Afinal hoje em dia ser contra o consumismo parece ser coisa de dinossauro. Então , eu sou um dinossauro......
ResponderExcluirSergio Fisch