segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Zorba, o Grego

Filme: Zorba, o Grego
Título Original: Alexis Zorba
Diretor: Mihalis Kakogianni
Atores: Anthony Quinn e Alan bates
Ano: 1964
País: EUA, Grécia



Zorba é uma dessas pessoas que se encontra neste mundo, vagando por aí que, não se sabe muito bem porque, emana uma grande sede por viver. Um desses que, como se diz, tem diploma de vivência ao invés do universitário.

Encontra um escritor, dono de uma terra meio abandonada e se voluntaria, quase que forçosamente, a ser seu empregado. Como acontece bastante nos filmes, o escritor aprende muito com aquele inculto homem. Talvez os roteiristas e cineastas tenham certo trauma de suas incapacidades de viverem tão intensamente como o Zorba e por isso essa combinação de personagens se repete.

Além da monstruosa atuação de Anthony Quinn, dois aspectos do filme merecem muita atenção. Um é a cultura grega retratada de forma muito interessante. Em alguns momentos me lembra o Brasil interiorano, com as pequenas cidades de fofocas, o boteco, o olhar desconfiado e a moça bonita que serve de "Geni" da vizinhança.

O outra é a inesquecível dança grega (na cena do youtube abaixo).

Eu admito que não sou grande fã da categoria cinematográfica "Viva a Vida!", esses filmes ensolarados e que muito nos ensinam sobre como deveríamos viver. Mas aqui está um exemplo que entra e sai desta categoria ao bel prazer e mesmo assim merece toda a atenção.



Torrent: download aqui
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Cena do youtube:



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Próxima semana:
Família, esse grande organismo, que relações estranhas...

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Onde Você Vai?

Filme: Onde Você Vai?
Título Original: Idem
Diretor: Victor Fisch
Atores: Berta Zemel, Luiz Serra
Ano: 2010
País: Brasil

curta-metragem


Este é um filme extra. Não tenho a pretensão de considerá-lo entre os 100. Nem sequer o centésimo primeiro.

Este é um curta, escrito e dirigido por mim, inspirado em meus avós. No deserto eloquente do meu avô e na inspiração poética causada pela eisheimer de minha avó. Elias e Sonia se perdem no tempo, se prendem ao relógio da sala e a lista de afazeres e não mais se libertam.

Filmamos em fevereiro deste ano, finalizamos em outubro. Estreia agora, neste sábado dia 27 de novembro, no Festival de Brasília. Neste meio tempo faleceu o Elias real e a Sonia real.

A Berta Zemel, quando viu um trecho do documentário "Arquivo Familiar" que fiz, no qual retratei um pouco da vida deles, disse: "a vida real é bem mais bonita do que a ficção". Falou com humildade.

Além de me inspirar nesta vida cotidiana de meus avós, no esquecimento de minha avó, me inspirou a música de Nina Simone, "Who Knows Where The Time Goes" e em especial o início narrado pela musa.

o filme terá um site: www.curtaondevocevai.com
e tem página no facebook: aqui


Torrent: ainda não...



Trailer do youtube:





segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A Fraternidade é Vermelha

Filme: A Fraternidade é Vermelha
Título Original: Trois couleurs: Rouge
Diretor: Krzysztof Kieslowski
Atores: Irene Jacob, Jean-Louis Trintignant
Ano:1994
País: França, Polônia



A Fraternidade é Vermelha é uma espécie de Amelie do Kieslowski. Uma mulher que quer resolver os problemas alheios. Mas muito mais profundo e sutil. São característica que, não necessariamente, desmerecem ou enaltecem um filme do outro.

Aqui, as questões que Valentine querem resolver aparecem na vida dela na figura de um juiz aposentado que gosta de vigiar as ligações dos vizinhos. Esta relação entre os dois é a espinha dorsal do filme. E é belíssima. A dureza do velho cética contra a pureza da menina que quer acreditar no mundo belo e justo.

E eu devo admitir que as fraquezas íntimas das pessoas são muito interessantes a mim. Mais para frente deve aparecer por aqui o filme Felicidade, do Todd Solondz, genial. O juiz vigia com desesperança os podres íntimos de seus vizinhos. Mostra para Valentine um casal com filhos, a mulher está preparando a refeição enquanto o marido a trai pelo telefone. Valentine não aguenta a cena e quer intervir, o juiz incentiva. Mas ao tocar a campanhia, ser bem recebida pela dona da casa e ver a filhinha ouvindo a conversa do telefone, ela não consegue agir.

Este filme faz parte da trilogia das cores, mas eu considero este o melhor deles, seguido pela A Igualdade é Branca, ótima comédia e o que não me agrada A Liberdade é Azul. É excelente a integração entre eles, também muito sutil, como uma passagem de um personagem de um dos filmes pelas terras de outro. Como se a ligação entre eles fosse muito distante e ao mesmo tempo extremamente próxima. Afinal, são todos bons personagens em suas profundas entranhas.


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Cena do youtube:


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Próxima semana:
O filme predileto de minha mãe.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Calma

Queridos leitores, peço desculpas por não estar cumprindo fielmente minhas palavras de escrever toda semana, mesmo que poucas linhas, sobre os filmes.

Talvez a viagem do Zé, talvez o pós Ponto de Mutação, talvez o excesso de coisas e o fim de ano. Devo admitir que as coisas se atropelaram. Quando planejei inicialmente este blog era para que, nesta altura do campeonato, já tivesse visto todos os filmes que entrarão até o final do ano, e escrito sobre eles. Mas não rolou. Então peço um pouco de paciência...

abraços

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Amélie Poulin

Filme: O Fabuloso Destino de Amélie Poulain
Título Original: Les Fabulaux Destin D`Amélie Poulain
Diretor: Jean-Pierre Jeunet
Atores: Audrey Tatou, Mathieu Kassovitz
Ano: 2001
País: França



Amelie Poulin foi uma explosão. Uma explosão de alegria que encantou as pessoas por todo canto. Os filmes de Jeunet, assim como os do Tim Burton, são fábulas escancaradas e bem assumidas. Mas entre todas elas, esta é a mais completa e bem resolvida. As milhares de referências e detalhes criam uma grande riqueza de um mundo a parte, o que as outras fábulas não tem a capacidade de alcançar.

Mas como e por que Amelie é tão diferente?

A narrativa de Amelie vem de um conglomerado de informações. Alguns foram até entrevistar o Jorge Furtado para saber se era plágio de Ilha das Flores, o famoso curta brasileiro. Com certeza roubaram um pouco dali. Mas são tantas as fontes e é tão discarada a multiplicidade de fontes que seria injusto diminuir o filme a isso. Amelie quer ajudar a todos, fala sobre os pequenos detalhes da vida, sobre os pequenos prazeres, sobre os pequenos relacionamentos. Alguns são apaixonados pela história do anão viajante, outros pela coletânea de fotos três por quatro, outros adoram a cena em que se testam os ditados populares e por aí vai. Eu, particularmente, gosto das pequenas reflexões, do tipo "quantos casais estão tendo orgasmo neste instante?"


Tecnicamente perfeito. Plasticamente encantador. Musicalmente preciso. Como diria um amigo meu, José Silvério: "um filme para encantar ao mais frio espectador, alex miller!"




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Cena do youtube:




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Próxima semana:
Liberdade, Igualdade e

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Asas do Desejo

Filme: Asas do Desejo
Título Original: Der Himmel uber Berlin
Diretor: Wim Wenders
Atores: Bruno Ganz, Solveig Dommartin, Otto Sander
Ano: 1987
País: Alemanha









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Cena do youtube:




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Próxima semana:
A francesinha que agradou gregos e troianos.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Dead Man

Filme: Dead Man
Título Original: Idem
Diretor: Jim Jarmusch
Atores: Johnny Depp, Gary Farmer
Ano: 1995
País: EUA



Eu ia começar esse post dizendo que o Jim Jarmusch é o primeiro diretor que se repete aqui, mas seria uma informação falsa, uma vez que o João Moreira Salles já apareceu duas vezes.

O link que se faz com o último filme é William Blake, proposital. Dead Man é um filme de faroeste, se tivéssemos que classificá-lo em algum gênero, no qual o herói é o William Blake vivido por Johnny Depp e seu tutor é o índio Nobody (que não tem origem indígena). O Jim Jarmusch tem uma incrível capacidade de dar toque pessoal a seus filmes, independentes do gênero. Os roteiros já vem carregados de suas impressões, mas a narrativa é mais característica ainda.
Em geral, percebam, ele faz filmes bem humorados, mas sem piadas. O humor é criado pela linguagem, pela decupagem, pela sequência de planos e por seus personagens únicos. Duas sequências de Dead Man são especiais para mim: a introdução e a revelação de William Blake ao seu tutor Nobody.

Na primeira, que coloquei no youtube, em uma sequencia silenciosa da viagem de trem do protagonista ao velho oeste, muita coisa se revela. São três planos principais: o primeiro plano dele, as rodas girando e o contra-plano de dentro do trem e seus passageiros. Com essa trinca ele cria humor, porque as reações do Johnny Depp são excelentes, mostra que temos um personagem que vem de uma cidade grande, mais "civilizada", pois a viagem começa com passageiros mais bem comportados e a paisagem vai mudando, aos poucos aparecem cabanas indígenas, os passageiros se tornam mais barbudos e mal encarados, carregados com armas e chapéus. O pobre e inocente William Blake é introduzido ao mundo cruel e selvagem do velho oeste.

Depois de começar uma peregrinação kafkaniana em seu destino, ele como espécie de agrimensor sem encontrar seu castelo na cidade na qual foi lhe prometido emprego de contador, começa a gerar conflito entre os moradores locais. Quando foge para o meio da floresta é salvo por Nobody, o índio com cara de americano, que, ao saber seu nome, declara sua missão em uma cena incrível. 

Você é o William Blake? Você já foi poeta e pintor e agora fará poesia com o sangue do homem branco. E ele cita a poesia: Every night and every morn some to misery are born, every morn and avery night, some are born to sweet delight". Aceitando sua missão, William Blake escreve sua nova poesia guiado por Nobody.


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Cena do youtube:



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Próxima semana:
Repetindo diretores... e seus anjos.

Novembro - Lições de Vida

Em novembro, filmes que falam da vida. Filmes que ensinam. Mas nada de sentimentalismos e romantismos, alguns ensinam com sangue, outros com morte, outros com poesia.

São filmes com ensinamentos profundos, mas que, talvez, só aos sábios sirvam.
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