segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Quero Ser John Malkovich

Filme: Quero Ser John Malkovich
Título Original: Being John Malkovich
Diretor: Spike Jonze
Atores: John Malkovich, John Cusack, Cameron Diaz, Catherine Keener
Ano: 1999
País: EUA



Seria redundante e repetitivo falar novamente sobre o uso de elementos absurdos no cinema. O que costumo chamar de "cinema do absurdo" em referência ao teatro do absurdo, de Ionesco, Becket e outros. Está evidente que me agrada. E a obra prima deste movimento está aqui: Quero Ser John Malkovich.

Em cima do tema das manipulações e da vontade de estar na cabeça de outra pessoa, Charlie Kaufman é literal: o personagem vivido por John Cusack, um titereiro (manipulador de marionetes), descobre uma passagem em um escritório que faz com que você entre na cabeça de John Malkovich, o ator.

A passagem fica em um escritório, no andar sete e meio de um prédio, um dos elementos interessantes que nos introduzem este mundo do absurdo. É importante, em filmes desta natureza, não buscar explicações racionais, como tentam aqueles filmes americanoides que falam de invasão de extra terrestres, fim do mundo ou coisas mais absurdas e ficam horas tentando explicar porque o vírus X faz mal aos macacos do Sudão. Se queres uma explicação, tomes uma mais absurda do que o fato em si.

Bom, de volta ao filme. O efeito "estar dentro de Malkovich" dura alguns minutos. Quando acaba, a pessoa é jogadano meio de uma estrada. Aos poucos, sendo manipulado por uma garota que o atrai, o manipulador de marionetes aprende a ficar mais tempo como Malkovich e até a controlá-lo. Fazem daquilo um negócio e vendem entradas para as pessoas que querem ser Malkovich por algum tempo.

A cena mais genial (no youtube abaixo) é quando o próprio Malkovich descobre que está sendo vítima de constantes invasões e quer, ele também, experimentar a viagem. O Malkovich dentro da cabeça do Malkovich resulta em muitos Malkovichs, falando Malkovich e pensando Malkovich.

A atuação dele é, aliás, a melhor que já vi ele fazendo. Estranhamente, Malkovich já participou de alguns filmes que não condizem muito com sua reputação e não é daqueles atores indiscutíves. Mas neste filme ele tem que se auto-reproduzir e ainda ser tomado pelo controle do titereiro. Ou seja, ele cria uma transformação dele mesmo para o personagem de John Cusack. A primeira impressão, ao sair do cinema, foi "nossa, como estava bem o John Cusack, especialmente quando ele entra no corpo do Malkovich".

Para aqueles que são a favor do cinema entretenimento, que ao menos se entretenham com as pirações de Charlie Kaufman!


Torrent: download aqui
Legenda: download aqui



Cena do youtube:




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Próxima semana:
Enquanto isso, nos bastidores, o roteirista tenta escrever seu próximo roteiro

7 comentários:

  1. A cena que voce escolheu é hilária.
    Gostei muito da sua última frase. Acho que o cinema é exatamente isto - Entretenimento, e entretenimento de boa qualidade existe em grande quantidade, este Kaufmann é a prova disto.
    :-))))
    :-))))))

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  2. Sim, mas você sabe que tenho certa implicância com esse conceito do cinema como entretenimento. Assim como em outras artes, há uma diferença entre esses dois conceitos: arte x entretenimento.

    O cinema tem o agravante de ter uma indústria, o que torna a parte entretenimento dele muito forte. Outro dia estava elogiando o modelo de museus-entretenimento, como o da língua portuguesa, que são mais atrativos ao público em geral. O artista que me ouvia concordou, mas defendeu o espaço da arte reflexiva, da visão diferenciada que não quer, necessariamente, entreter. Me fez pensar.

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  3. Foi justamente porque eu sei que voce tem esta implicância que eu escrevi.

    Sou seu personal-chato :-)))

    Este tal artista que te ouvia disse aquilo que voce já havia dito antes, de outra forma...

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  4. Talvez esse artista fosse eu mesmo, então. Em alguma discussão interna...

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  5. Voce me fez cair da cadeira agora....de tanto rir!!!!!
    :-)))
    :-))))))
    :-)))))))))

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  6. conversa de artistas malucos.......
    o que importa é que esse é um puta filme (foda) com um puta roteiro (foda, também). O Charles Kauffman é genial.

    Sergio Fisch

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  7. Vixe Santíssima !!!
    Que lingua suja tem esse menino ai de cima...!

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